sábado, 15 de outubro de 2011

Inconcluso

acena com o quadril
sorri com os peitos
abraça com as pernas
afaga com os cabelos
disfarça com os olhos

e com qual boca beijará?
(...)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Oração do tempo

Oh Deus, dê-me tempos

muitas 24 horas p ler todos os livros
várias horas e meias para ver todos os filmes;
todos os segundos de prosas para saborear as boas conversas;
diversas frações de dias para ouvir sons e canções, músicas e melodias, arranjos e tons;
vários 90 dias para ver as árvores invernais com suas (e minhas) flores coloridas;
muitas 6 horas para ter manhãs de sol que esquentam a pele
instantes de deslumbramento para cheirar o pôr do sol
e outros vários 60 minutos para ver as noites de lua sem faróis
Ontem hoje e sempre: amém

terça-feira, 12 de julho de 2011

RADICAIS livres

radicais livres são todos aqueles átomos ou moléculas,
(indivíduos de extrema esquerda ou direita)

com um número ímpar de elétrons.
(que são tão livres que tendem a ficar sem par).

os radicais livres possuem elétrons de valência desemparelhados
(seus elétrons estimulam a separação)

e, portanto, são altamente reativos,
(e, são nervosinhos)

podendo inclusive reagir entre si
(podendo dar em festa, briga ou passeata)

em uma dimerização
(iluminada com muitos holofotes...)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A crise de 29

Esse título se atualizou depois da crise econômica de 2008, mas o papo aqui nem é (puramente) de economia.
Falo da crise que acomete os indivíduos na casa dos 29. Incluo-me

Agora que eu descobri porque tanta ansiedade aos quinze(s). Não vi nada acontecer, nada de novo. Nenhuma mudança no corpo, nem na alma.
Acho que estava tudo guardado para agora. Estou com metade dos pés no 15 e metade nos 45. Explico: quero fazer o que nunca fiz e rápido (quinze); mas estou um pouquinho cansada para fazer de novo o que já fiz (quarenta e cinco).

15, 30 e 60 marcas simbólicas do tempo. (90? nem ouso pensar...)

Aos quinze eu pensei em mudar o mundo, à beira dos trinta sou capaz de andar de ponta cabeça para me mudar em relação ao mundo.

(Aos sessenta ainda não terei mudado nem a mim nem ao mundo...rsss. Será?)

Estou ficando tão superticiosa que nem quero mais falar trin...(tá)
Decidi, vou passar direto. Só me encontrem agora no trin...taeium. No máximo, vintinovemeio.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Comprar um presente para a Paty

COMPRAR UM PRESENTE PARA A PATY

Uma verdadeira saga, sem começo e sem fim...
Dedicamo-nos a pensar o que poderia agradar a Paty e a primeira impressão foi de que seria muito fácil. Pensamos: a Patrícia tem uma relação especial com as coisas. Ela gosta de olhá-las, tocá-las, sentir a espessura, pergunta onde foram produzidas, com quantos fios (como disse a Ana Cristina, rs), a cultura envolvida, se é artesanal, se é manufaturado, se é industrializado, se a tintura é feita com casca de pau-brasil, se é algodão puro, quantos por cento... Aff!
Patrícia descobre tudo quanto há para conhecer de um objeto numa banca de comércio... Pode ser feirinha (em Fortaleza, de preferência), ou Daslu. Ela faz um verdadeiro INVENTÁRIO.
Então, que ótimo. Bastava achar algo de bom gosto... Muito fácil, quantas poderiam ser as coisas desse tipo? Várias! Sapatos, bolsas, casacos, cordões, brincos, anéis então...
Vamos, vamos ao shopping...Eeeee
Voltamos, voltamos do shopping... uhhhhh
Bastou exercitar o olhar de Patrícia... São olhos de quem realmente quer ver. Meu Deus! Bolsa tem forro! Olhamos cada centímetro... uma linhazinha descosturada aqui, um leve arranhadinho (milimétrico ali)... Não, essa Patrícia certamente não compraria.
E o brinco e o anel? Olha, a pulseira...que coisa mais linda! São iguais às milhares das que ela tem. (Pelo menos assim parecessem para olhos tão desatentos como os nossos. Patrícia certamente as saberia distinguir, mas distinguiria tanto que pode ser que gostasse, ou não...
Sapato? Cacete, quanto ela calça...E se não for confortável? Bonitinho é... Escuta, mas Patrícia compra sapato sempre... assim fica sem graça. É muito trivial!
Nova saga, e pensa, pensa. Shopping outra vez. Está bem, vamos pelo princípio que orienta o que estamos procurando...engenhoso, inteligente...
(...)
Achamos! Olha a garrafa! Será? Será que achamos? Compramos. É seu presente (mas ainda temos dúvidas). Mas é seu, e por quê? Porque você disse que quer brindar com vinho e deve! E, sendo assim tão cuidadosa e requintada, merece abrir uma garrafa ainda com mais estilo...
Porque já podemos te ver chegando em casa alheia, com um kit que parece exclusivo, como quem diz: “Deixa comigo, eu sei fazer. É assim. Precisa por isto aqui e girar... 3,856666 voltas. Pode deixar que eu faço...”
Porque você gosta de beber (e já sabíamos disso, mas agora sabemos ainda mais, depois da festa do Mini Cooper, rs)
(...)
É fato! Ao procurar e procurar, dedicamos várias horas a pensar em você e em como você olharia as coisas. Claro, as qualidades que procurávamos nelas são as suas: seu bom gosto, sofisticação, beleza, delicadeza, sem aparente fragilidade... Procuramos algo único, mas isso, no mundo das bancas comerciais, exige uma grana de que não dispúnhamos e, na banca das pessoas, não há dinheiro que pague.
Receba mais do que isto, receba nossos parabéns e agradecimentos por compartilhar conosco, nesta semana e em tantas outras, suas muitas, suas, coisas únicas. 10/04/2011

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Reticente

anda, para, corre, freia
fala, recua, insiste
sobe, desce, espera
antecipa
confabula, evita
insiste, procura
foge, arreda
para e conta
1,2,3,4,5,6,....13 e quem sabe
14 vezes

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

LER(A)

a palavra escrita, arrumada, encadeada, composta, preposta e disposta
revela o tema, o tom, a forma, a fôrma, a mão, dedos, olhos, óculos
releva o tempo, intenção, pensamento
conforma o novo
apresenta seu dono em períodos

Ler alguém é percorrer seus verbos
é se ocupar dos seus tempos
habitar suas pausas e reticências
conhecer seus contornos
e se fazer íntimo nas entrelinhas